Igreja cresce em meio à guerra na Síria por que “há fome de Deus”
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Publicado em 13/11/2016

Um pastor na região em Aleppo, na Síria, compartilhou que a crise humanitária do país resultou em centenas de muçulmanos vindo a Cristo e fazendo a igreja crescer em um ritmo espantoso.

Segundo a BBC, entre as centenas de milhares que fugiram da região de Aleppo, cerca de 30.000 eram cristãos.

Desde 2011, quando iniciou a guerra que destruiu a nação, apenas um quarto da população cristã permaneceu em solo sírio. A imprensa tem mostrado que quase diariamente a região leste de Aleppo é bombardeada por soldados da Síria e a força aérea russa, enquanto o oeste é o alvo de bombardeios das tropas rebeldes.

Em meio ao cenário de guerra, o pastor Alim decidiu ficar na cidade. Ele conta que sua congregação está ajudando perto de 2.000 famílias carentes por mês. Tanto muçulmanos quanto cristãos são atendidos pela sua equipe, que oferece comida, roupas e uma palavra de esperança.

“Todos os dias ouvimos falar de alguém que morreu, todos os dias estamos cercados pela morte”, lamentou.

“Sentimos muita dor, mas se não podemos fazer nada por aqueles que morreram, vamos fazer a diferença para os vivos. Podemos ajudá-los”, resume. Ao mesmo tempo que a guerra trouxe dor e sofrimento contínuos, também fez com que milhares viessem a Cristo.

“Por causa dessa crise, construímos pontes com pessoas que nunca tivemos contato antes”, explicou. “Começamos a visitar as famílias, organizamos acampamentos para crianças que não são cristãs, e suas mães também vêm”.

O pastor Alim compara: “Antes da guerra, éramos uma igreja com 150 a 200 membros. Agora o número é o mesmo, mas a grande maioria é gente nova.” Todos os anos batizamos de 15 a 20 pessoas. Há número igual de novos crentes que preferem não se batizar por causa da pressão da comunidade islâmica”.

O líder religioso explica que ao testemunhar o amor e a compaixão demonstrados pelos cristãos, os muçulmanos traumatizados pelos horrores da guerra estão cada vez mais abertos ao Evangelho.

“Há fome para se aproximar de Deus, há fome para participar das reuniões de oração, por exemplo. Agora toda a congregação vem a essas reuniões, a igreja está sempre cheia de pessoas orando”.

Amor é a chave

Ele ressalta que alguns muçulmanos só tomaram uma decisão depois de terem sonhos com Jesus. “Deus está falando a linguagem de cada grupo”, acredita. “Os muçulmanos encontram Jesus em sonhos. Uma mulher diz que sonhou com um homem vestido de branco e seu rosto brilhava. Quando acordou, foi para a igreja. Ela tinha muito medo de ser rejeitada, mas foi aceita com amor”, assegura.

As conversões também ocorrem após trabalhos de evangelismo. Recentemente, um grande número de pessoas deslocadas de outras áreas chegou até Aleppo. Eles ficaram em escolas, mesquitas e em edifícios semidestruídos.

“Nossa igreja tomou a iniciativa de visitá-los”, lembra Alim. “O que vemos e ouvimos é muitas vezes desolador, mas agora essas pessoas veem o que a igreja faz. Agora há uma maior valorização do seu papel. Antes, as pessoas reagiam de forma diferente, diziam ‘Lá vêm os infiéis’. Agora as pessoas nos veem de forma diferente”, comemora.

Deixa claro que muitos desses novos convertidos eram muçulmanos que nunca conheceram um cristão. Após verem as atrocidades que os jihadistas cometeram em nome do Alcorão, passaram a ver que os cristãos foram os únicos a lhes oferecer amor.

Enquanto milhares de sírios continuam a fugir para fora do país, o pastor disse que Deus deseja que ele permaneça.

“Eu sinto um chamado de Deus. Ele quer que eu esteja aqui até o fim, enquanto houver trabalho para fazer em Aleppo. Não foi uma decisão fácil”.

Acrescentou que toda essa crise só fortaleceu a sua própria fé. “Passamos por situações muito difíceis, não sabemos por que sentimos tamanha paz e esperança! Acho que Deus está nos dando uma graça dupla”, encerra. 

Fonte:Gospel Herald

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