Muçulmanos acusados de espancar idosa cristã até a morte são absolvidos, na Nigéria
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Publicado em 08/11/2016

Cinco homens nigerianos suspeitos de linchar uma mulher cristã idosa acusada de "blasfêmia" (contra o islamismo) foram absolvidos de todas as acusações e libertos pelo Tribunal de Magistratura do Estado de Kano, na última quinta-feira. A decisão está sendo condenada por grupos humanitários como um erro de justiça.

Bridget Patience Agbahime, uma cristã e vendedora ambulante, de 74 anos, foi espancada até a morte no dia 2 de junho por uma multidão de jovens muçulmanos que a acusavam de insultar o profeta islâmico Maomé, segundo a agência de notícias Fides.

Agbahime foi morta, apesar de negar que ela teria dito tal insulto. Testemunhas também disseram que ela era uma pessoa respeitosa com todos.

Os cinco suspeitos que foram presos em flagrante, no momento do assassinato, foram absolvidos das acusações no dia 3 de novembro. A decisão provocou a crítica de grupos cristãos, como a organização 'International Christian Concern'.

"A triste realidade da perseguição [religiosa] é que nunca pode haver justiça para aqueles que os perseguiram. Pelo menos não na Terra, de qualquer maneira. As cinco pessoas envolvidas no linchamento da esposa de um pastor em Kano, na Nigéria, foram absolvidas", escreveu a organização em um comunicado.

"Deliberadamente ou não, esta é uma mensagem assustadora do sistema judicial aos cristãos, dizendo que eles não terão proteção contra uma multidão extremista que pode executá-los. Também é uma mensagem perigosamente encorajadora para os extremistas do islamismo, que podem escolher a violência para mostrar seu ódio contra os cristãos", acrescentou.

Os cristãos têm sofrido muito nas mãos de extremistas islâmicos, na Nigéria e países vizinhos. No Níger, em maio, outro cristão foi assassinado, depois de ser acusado de 'blasfêmia', o que provocou um clamor de algumas das principais organizações islâmicas no país.

"Esses terríveis incidentes devem ser condenados e devem ser vistos como atos criminosos perpetrados por criminosos", disse o sultão de Sokoto, Muhammadu Sa'ad Abubakar.

Os cristãos também estão fortemente atacados por grupos radicais, como o Boko Haram e os pastores Fulani. A Associação Cristã de Nigerianos-Americanos (CANAN) advertiu em julho (2016) que o número de cristãos mortos até aquele mês já havia se igualado o número total mortos em 2015. Esse número continua a subir.

"O que quer que o governo federal esteja fazendo, se for o caso, é muito lento ou insignificante em comparação com a repetição de casos de assassinatos. O governo federal precisa intensificar e tomar ações ousadas para dar aos membros da comunidade cristã no país um sentimento de segurança e pertencimento", disse o pastor Ade Oyesile, diretor executivo da CANAN. "Devemos todos trabalhar arduamente para evitar esses assassinatos sectários".

Fonte:Guiame

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