O MPF (Ministério Público Federal) e o MP-AM (Ministério Público do Estado do Amazonas) encaminharam ofício ao Governo do Amazonas cobrando explicações sobre irregularidades em unidades de saúde em Manaus.
Ações de fiscalização do Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do Sistema de Saúde) indetificaram a ausência de itens básicos para controle de infecção, como sabonete, por exemplo, no Hospital Nilton Lins —referência no tratamento da covid-19.
No documento, os órgãos pedem que a Secretaria de Estado de Saúde apresente informações sobre as "causas relacionadas a irregularidades estruturais, desrespeito ao distanciamento mínimo entre leitos, falta de organização e de espaço adequado para controle de fluxo de pacientes e até falta de materiais para controle de infecção, contrariando normas recomendadas pelos órgãos sanitários." A pasta também terá que demonstrar quais ações serão tomadas para solucionar as inconformidades.
O relatório do Denasus apontou deficiências estruturais no Hospital Nilton Lins, como falta de sistema de aspiração de vácuo nos leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).
Além disso, ausência de área específica para a troca de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) pelos profissionais de saúde. Os problemas, segundo o departamento, também estão relacionados a falta de condições para o controle mínimo de contaminação, como álcool 70%.
Algumas falhas também foram encontradas em outras unidades de saúde, que são referências no combate à pandemia, como, por exemplo, pacientes acomodados em macas de ambulâncias por conta da falta de leitos em hospitais.
Segundo a Procuradoria, o SAMU (Serviço de Atencimento Móvel de Urgência) teria relatado que ao deixar macas e equipamentos, o atendimento médico de outras pessoas era inevitavelmente prejudicado.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Amazonas acumula 2.686 mortes e 65.073 casos confirmados da covid-19 —infecção respirartória provocada pelo novo coronavírus. O Brasil tem 52.645 pessoas mortas e 1.145.906 diagnósticos positivo.
Diante do crescimento de vítimas fatais, o sistema funerário da capital chegou a adotar o sistema de trincheiras (valas comuns) nos sepultamentos. A prática, no entanto, foi suspensa na semana passada diante de uma redução nos indicadores de transmissão.
O estado, entretanto, continua sendo o segundo mais afetado pela pandemia na região Nortes, atrás apenas do Pará, com 4.672 óbitos e 88.636 contaminados desde o início da crise sanitária.
Matéria:R7