Mais de 20 estudantes que foram sequestradas pelo grupo islâmico Boko Haram, na Nigéria em 2014, foram libertas. As informações são do governo da Nigéria que se pronunciou nesta quinta-feira (13).
"O fato dessas meninas serem libertas se deve ao resultado das negociações entre o governo e o Boko Haram, intermediado pela Cruz Vermelha Internacional e o governo suíço", disse um comunicado do Governo, confirmando que 21 meninas foram libertas. "As negociações vão continuar", informaram.
Cerca de 270 meninas, a maioria delas cristãs, foram retiradas da escola no dia 14 de abril de 2014. Dezenas delas conseguiram escapar, mas ainda estão desaparecidas mais de 200. O sequestro das garotas foi parte da insurgência de sete anos do Boko Haram, com o objetivo de instalar um Estado Islâmico mais forte no norte da Nigéria. O grupo extremista já matou cerca de 15 mil pessoas.
Mais de 910 escolas foram alvo do grupo islâmico, cujo nome significa "a educação ocidental [ou não-islâmica] é um pecado". Pelo menos 611 professores foram mortos e outros 19 mil foram obrigados a fugir. Pelo menos 1.500 escolas foram fechadas.
Em um vídeo divulgado em maio de 2014, o então líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, disse que as mulheres e meninas continuarão a ser mantidas em cativeiro para "doutriná-las no caminho verdadeiro do Islã" e garantir que elas não frequentem a escola.
A luta provocou uma crise de refugiados, com um número estimado de 2,2 milhões de pessoas, incluindo 1,4 milhões de crianças que foram deslocadas. Desse número, apenas cerca de 10% estão em campos de refugiados reconhecidos pelo governo, locais onde há alguma escolaridade. Os outros 90% estão vivendo com amigos e membros da família com pouco ou nenhum acesso à educação.
Um vídeo postado por Boko Haram, em agosto deste ano, mostrou dezenas de estudantes desaparecidas de Chibok com um militante. Uma das meninas disse que "algumas" delas tinham sido mortas em ataques aéreos militares, enquanto que "cerca de 40" tinham casado.
Fonte:Guiame