MP exige que deputado pastor devolva R$ 20 mi aos cofres públicos
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Publicado em 03/08/2016

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) voltou a denunciar o deputado estadual Edson Praczyk (PRB) por improbidade administrativa. Ele, sua esposa Rosária Praczyk e Micheli Borges, funcionária do seu gabinete, são investigados pela contratação de funcionários fantasmas.

O MP afirma que Praczyk, além de empregar funcionários que não iam trabalhar, desviava (em parte ou na totalidade) salários de pelo menos 22 empregados. O pastor teria enriquecido com o esquema, que totaliza cerca de R$ 5 milhões.

A promotoria pede agora a devolução desse valor aos cofres públicos e mais uma multa, totalizando R$ 20 milhões. Na tentativa de garantir o pagamento, a promotoria pede a indisponibilidade de bens dos acusados.

Alguns desses funcionários fantasmas são pastores ou parentes de pastores da Igreja Universal do Reino de Deus. Entre eles está o pastor Valdemir Soares, ex-vereador de Curitiba, que renunciou ao mandato em abril. Ele foi acusado pela vereadora Julieta Reis (DEM) de votar em nome dela na sessão da Câmara Municipal de Curitiba. As imagens das câmeras internas mostram que ele usou o terminal de voto da colega.

Praczyk é pastor da Igreja Universal e já teve problemas com a justiça antes. Ano passado, ele foidenunciado pela primeira vez. Este é o seu quinto mandato e, curiosamente, foi presidente da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP).

Ele nega todas as acusações. A defesa do deputado e da mulher dele afirmou em nota que eles não têm conhecimento da ação. Criticou a “inércia” do Ministério Público em oferecer a denúncia, ressaltando que o deputado nunca foi chamado para prestar esclarecimentos e que considera a atitude “um desrespeito ao direito do contraditório e da ampla defesa”.

A Igreja Universal emitiu nota oficial, onde afirma: “qualquer integrante do corpo eclesiástico – bispos e pastores – que decida ingressar em carreira política, obrigatoriamente, licencia-se da Igreja e passa a se ocupar exclusivamente da atividade pública. Esclarecemos, ainda, que acompanharemos o desenrolar dos fatos. A Universal sempre procura avaliar se a conduta do pastor, ainda que licenciado, continua compatível com os preceitos éticos e morais exigidos de seus membros”.

Problemas antigos

Em 2015, o Ministério Público começou a investigação pelo caso da dona de casa Rosimere de Amorim. Ela conta que o assessor e chefe de gabinete do deputado, Luiz Alberto de Lima, pegou os documentos dela para que fossem “abençoados”. Fiel da Universal, acabou nomeada mais de uma vez por Praczyk, mas nunca apareceu para trabalhar na Alep.

A investigação da Polícia Federal apurou que em 2001, na primeira nomeação Rosimeri recebeu 11 salários de R$ 1,2 mil. Depois de ser exonerada em 2002, voltou a ser nomeada em 2004, com ganhos mensais de R$ 2,8 mil. Voltou a ser exonerada cinco meses depois. Uma terceira nomeação ocorreu em 2005, com salários já acima de R$ 2,8 mil. Por usa vez, a dona de casa disse desconhecer o deputado e nunca ter trabalhado na ALEP. Os salários que seriam da professora caíam direto na conta de Luiz Alberto de Lima. Ele e o deputado teriam dividido os cerca de R$ 34 mil dos salários desviados.

Uma auditoria foi realizada em uma agência bancária que fica dentro do prédio da Assembleia Legislativa do Paraná. Segundo foi apurado, quem retirava o dinheiro das contas era Micheli Borges da Silva, que embolsaria parte do dinheiro do esquema.

Micheli alegou aos promotores que repassava parte do salário que recebia à mulher do parlamentar. Mesmo depois de se desligar do gabinete, ainda precisou fazer depósitos ilegais sob ordens do pastor.

Fontes:Gazeta do Povo e Bem Paraná

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