O comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Villas Boas, afirmou, na noite desta terça-feira (3), que os militares estão atentos “às suas missões institucionais” e repudiou qualquer sinal de impunidade.
As mensagens foram postadas no mesmo momento em que aconteciam atos em várias cidades do Brasil em favor da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cujo pedido de habeas corpus será julgado nesta quarta-feira.
O comandante do Exército também questionou se interesses pessoais não estariam se sobrepondo ao bem de toda a sociedade, tanto no presente quanto para o futuro.
No passado, Villas Boas sempre se colocou contra qualquer pedido de intervenção militar no país, dizendo que isso era um fantasma do passado. Mas, também nesta terça-feira, o general da reserva Luiz Gonzaga Schroeder Lessa defendeu um golpe militar, caso o STF conceda o habeas corpus para Lula.
Outro militar hoje na reserva, o general Antônio Hamilton Mourão também defendeu, em mais de uma ocasião, a necessidade das Forças Armadas intervirem se o país ficar em uma situação de “caos”. Ele se aposentou neste ano e, na saída, foi elogiado por Villas Boas.
Silêncio no Planando sobre declaração de general
O presidente Michel Temer se reuniu nesta terça-feira (3), no Palácio do Jaburu, com os ministros do núcleo duro do governo, Eliseu Padilha (MDB-RS) e Moreira Franco (MDB-RJ), após declaração do comandante do Exército, Villas Boas, no Twitter, em “repúdio à impunidade”.
Segundo o blog de Andréia Sadi no ‘G1′, a ordem no Planalto, até esta terça, era manter o silêncio oficialmente a respeito das declarações do general. Houve reações nas redes sociais.
A secretaria de comunicação da Presidência disse ao blog que o Planalto não vai comentar a declaração de Villas Boas.
Nos bastidores, interlocutores do governo avaliam que a frase de Villas Boas foi infeliz, principalmente porque ocorreu na véspera do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula no STF.
Um pouco antes da declaração do general, Temer recebeu no Planalto o filósofo Denis Rosenfield – cotado para o Ministério da Defesa e ligado ao comandante do Exército.
Temer tem boa relação com Villas Boas. Na última quarta-feira, fora da agenda oficial, o presidente foi à casa do general em Brasília à noite para um encontro reservado.
Procurado pelo blog, o ministro Carlos Marun (MDB-MS) disse, sobre a declaração de Villas Boas: “O General Vilas Boas é um democrata. Demonstrou preocupação e pregou o respeito à Constituição. Em resumo, nada a comentar”.
Fonte: Notícias ao Minuto e Sputnik Brasil