No mesmo dia em que Dilma Rousseff discursou nas Nações Unidas, em evento sobre acordo climático, em Nova York, o presidente em exercício Michel Temer voltou a negar ilegalidades no processo de impeachment da petista e mostrou desejo de criar um "governo de otimismo".
O peemedebista disse à reportagem do jornal americano The New York Times que mantém esperança de promover uma espécie de catarse, reunindo um "governo de unidade nacional", caso assuma o país, que vive hoje uma crise econômica, uma epidemia de zika, um furioso clima político e uma Olimpíada. "É preciso fazer nascer de novo a esperança", afirmou.
O jornal ressalta que, caso houvesse uma eleição hoje, Temer, que acredita ter vivido os últimos quatro anos em "ostracismo absoluto", segundo pesquisas, teria 2% das intenções de voto.
De acordo com reportagem desta sexta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, Temer voltou a defender a legalidade do impeachment da presidente. "Estou muito preocupado com a intenção da presidente de dizer que o Brasil é alguma republiqueta onde golpes acontecem", afirmou, em referência ao discurso do governo e do PT de que o processo de afastamento de Dilma - que após aprovação da Câmara tramita agora no Senado - é uma "fraude política".
À publicação americana, o vice também voltou a dizer que não pretende interferir nas investigações de corrupção e defendeu seus aliados das suspeitas de irregularidades. Temer disse que não pediria a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para renunciar à presidência da Câmara. "Esse é um assunto para o Supremo Tribunal Federal decidir", afirmou.
Quando perguntado pelo jornal americano sobre as menções a ele em delações premiadas, como do senador Delcídio Amaral (ex-PT), Temer se disse inocente e afirmou que suas conexões com executivos envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras se deveram às suas responsabilidades burocráticas como presidente da sigla.
Fonte: VEJA