Os 193 países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) vão decidir nesta quinta-feira (21) se rejeitam decisão dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
A votação é alvo de uma forte pressão da administração de Donald Trump, que ameaçou cortar os fundos dos países que apoiarem a medida.
Na véspera, Trump lançou uma advertência aos países que pretendem votar a favor da resolução contra os Estados Unidos e os ameaçou de cortar qualquer financiamento americano.
Na terça-feira (19), o ministro palestino das Relações Exteriores, Riyad al-Malki, já havia acusado os Estados Unidos por causa dessas ameaças.
“Os Estados Unidos estão cometendo outro erro ao (…) ameaçar os países e suas decisões soberanas sobre como votar”, declarou Al-Malki.
O presidente da Assembleia Geral, Miroslav Lajcak, informou sobre a sessão de emergência em uma carta enviada na noite de segunda-feira às 193 delegações.
O reconhecimento da cidade como capital israelense é considerado polêmico, uma vez que os palestinos querem Jerusalém Oriental como capital de seu futuro Estado, e a comunidade internacional não reconhece a reivindicação israelense sobre a cidade como um todo.
Países árabes solicitaram reunião
Turquia e Iêmen solicitaram a reunião urgente da Assembleia em nome do grupo de países árabes e da Organização de Cooperação Islâmica (OCI).
Os dois países circularam um projeto de resolução na terça-feira que reflete o projeto vetado por Washington, reafirmando que qualquer decisão sobre o estatuto de Jerusalém não tem efeito e deve ser revogada.
O projeto de resolução que a Assembleia de 193 países votará não menciona a decisão de Trump, mas expressa “uma profunda preocupação com as recentes decisões acerca do estatuto de Jerusalém”.
Reunião é resposta a veto dos Estados Unidos em Conselho de Segurança
Os Estados Unidos vetaram na segunda-feira (18) o projeto de resolução que reafirmava que qualquer decisão sobre o status de Jerusalém carece de efeito legal.
O Egito havia apresentado o projeto que era apoiado pelos outros 14 membros do Conselho de Segurança.
O embaixador palestino, Riyad Mansur, disse que será apresentado um projeto de resolução similar na assembleia e espera total apoio.
Ao contrário do Conselho de Segurança, nenhum país tem poder de veto na Assembleia Geral.
Anunciada em 6 de dezembro, a decisão de Trump de reconhecer Jerusalém rompeu com o consenso internacional, deflagrando protestos em todo mundo muçulmano e provocando uma forte condenação.
Primeiro-ministro de Israel rejeita votação
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou a votação desta quinta na ONU – “uma casa das mentiras”, segundo ele.
“Jerusalém é a capital de Israel, reconheça a ONU, ou não”, frisou.
A Assembleia Geral da ONU fará essa sessão de emergência depois de os Estados Unidos vetarem uma mesma medida no Conselho de Segurança.
Fonte: G1