Irmão de Cabral diz que recebeu R$ 240 mil de operador de esquema
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Publicado em 13/12/2017

Em depoimento à Justiça Federal nesta quarta-feira (13), o irmão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), o publicitário Maurício Cabral, afirmou ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, ter recebido R$ 240 mil via uma empresa de fachada chamada Survey. Embora confirme ter recebido a quantia, o publicitário negou conhecer qual era a origem do dinheiro.

Maurício e outras cinco pessoas, incluindo o ex-governador, são acusadas pelo Ministério Público Federal (MPF) de “lavar” cerca de R$ 1,7 milhão de propina através de contratos fictícios com a empreiteira FW Engenharia. A empreiteira, de acordo com o MP, multiplicou contratos públicos durante o governo Cabral a troco de propina.

Além do irmão de Cabral, também foi ouvido Alberto Conte, contador da FW. Susana Neves Cabral, ex-mulher do ex-governador, e Flávio Werneck, que iriam depor, tiveram suas falas adiadas para data ainda não definida.

A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) indica que a Survey é uma empresa ligada a Werneck e teria feito os pagamentos a Cabral através de Susana e Maurício. Na casa de Susana, por exemplo, foram encontrados quadros, artigos de luxo e uma camisa de colecionador utilizada por Pelé.

No relato, Maurício disse ter procurado Carlos Miranda, braço-direito do ex-governador e apontado pelo MPF como operador do suposto esquema criminoso em busca de um emprego. O irmão do ex-governador recebeu adiantado por um “job”, mas nunca realizou o trabalho.

“Comentei com o Carlos: ‘Pô se tiver algum cliente para me indicar’. Algum tempo depois falou: ‘Vai ter um trabalho pra gente fazer junto, preciso que você emita nota’. (Miranda) Me passou termos cadastrais e o valor foi depositado na minha conta. Conversando com o carlos, eu cobrava: e o trabalho? e o trabalho não vinha”, relatou Maurício.

Outra empresa que segundo o MPF era de “fachada”, era a Araras Empreendimentos, de propriedade de Susana Neves. As investigações identificaram, entre outubro de 2011 e dezembro de 2013, 31 depósitos bancários da Survey em favor da Araras, totalizando o pagamento de R$ 1.266.975,00.

O MPF diz ainda que o sítio comprado por Susana em São João Del Rei (MG) não seria compatível com seus vencimentos. Desde agosto do ano passado, a ex-mulher de Sérgio Cabral trabalha para outro político que, recentemente, se tornou alvo dos desdobramentos da Operação Lava Jato.

Ela é assessora do presidente licenciado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), onde ganha R$ 15 mil líquidos mensais.

Fonte: G1

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