As atividades de mergulho e o uso de drones subaquáticos na busca por vítimas do colapso da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, que liga o Maranhão ao Tocantins, foram temporariamente suspensas nesta quinta-feira (2), conforme anunciou a Marinha do Brasil. A operação seguirá apenas com embarcações e equipamentos aéreos não tripulados. Até o momento, foram confirmadas 12 mortes e 5 pessoas continuam desaparecidas.
Segundo o comunicado do Comando do 4º Distrito Naval, a suspensão das atividades ocorreu devido à necessidade de abrir os vertedouros da usina hidrelétrica operada pelo Ceste (Consórcio Estreito Energia). Esta solicitação foi motivada pelo aumento da intensidade das chuvas na região, que tornou essencial elevar a vazão do reservatório. “Ao implementar esse procedimento, o Ceste busca regularizar a quantidade acumulada”, detalha o comunicado.
Antes da suspensão, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) havia reduzido o volume de água da hidrelétrica para manter níveis seguros de armazenamento, permitindo que as buscas prosseguissem.
Na quarta-feira (1º), as operações concentraram-se na recuperação de uma caminhonete S-10 submersa a 42 metros de profundidade, onde não foram encontradas vítimas.
Desde o início da operação, a Marinha do Brasil tem disponibilizado meios de comunicação para que se possam relatar quaisquer situações que representem riscos nas vias navegáveis, tanto para a segurança humana quanto para a preservação ambiental. Casos podem ser comunicados por meio dos números do Disque Emergências Marítimas e Fluviais (185) e da Capitania dos Portos do Maranhão, 0800-098-8432 e (98) 2107-0121.
Localizada ao longo do Rio Tocantins, a Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira conectava os estados do Maranhão e do Tocantins até o dia 22 de dezembro de 2024, quando ocorreu seu colapso no final da tarde, durante a passagem de diversos veículos, entre os quais se destacavam caminhões-tanque transportando ácido sulfúrico e pesticidas.
Em resposta a esse incidente, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) estabeleceu uma sala de crise com o objetivo de consolidar as informações relacionadas às análises de qualidade da água do Rio Tocantins, contando com a colaboração de vários órgãos ambientais. Em duas reuniões já realizadas, as entidades participantes confirmaram a inexistência de alterações significativas na qualidade da água.
Conforme informações fornecidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), as empresas responsáveis pelas cargas de três caminhões que tombaram no rio foram notificadas sobre a imperativa necessidade de remoção das substâncias submersas. Ademais, a supervisão da qualidade da água é realizada diariamente, devido ao risco de vazamentos e contaminação, o que poderia comprometer o abastecimento hídrico da região.