A Polícia Federal (PF) confirmou, durante coletiva na noite desta quarta-feira, 15, que encontrou dois corpos no local das buscas pelo jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. As vítimas desapareceram no domingo, 5, na região do Vale do Javari, no Amazonas. Mais cedo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, já havia informado, em seu perfil no Twitter, que agentes “remanescentes humanos” tinham sido encontrados. “Existem grandes chances de que os remanescentes humanos sejam deles”, afirmou o superintendente regional da PF, Alexandre Eduardo Fontes. Ainda segundo Fontes, Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, confessou ter participado do assassinato das vítimas. “Ontem a noite nós conseguimos que o primeiro preso neste caso, conhecido por Pelado, voluntariamente resolveu confessar a pratica criminosa. Durante a confissão ele narra com detalhes o crime realizado e aponta o local onde havia enterrado os corpos”, disse.
Pelado teria dito que tanto o indigenista quanto o jornalista foram mortos a tiros, queimados e enterrados. Um segundo suspeito, Oseney da Costa de Oliveira, irmão de Pelado e conhecido como Dos Santos, também foi preso por envolvimento no crime. Na manhã desta quarta, a PF levou Pelado e Oseney para o local onde os corpos teriam sido enterrados, na área próxima ao Rio Itaquaí. Os dois admitiram que Bruno e Dom foram abordados e mortos no trajeto de barco até a comunidade de São Rafael. De acordo com o superintendente regional da PF, ainda estão sendo feitas escavações no local, localizado a 3,1 quilômetros do rio onde foram encontrados os pertences de Phillips e Pereira. A embarcação utilizada pelas vítimas também foi localizada – o barco foi afundado com sacos de areia. “Um local de difícil acesso. Encontramos tanto os corpos e a embarcação, que estava afundada”, resumiu. A PF realizou a reconstituição do crime e vai seguir com as investigações.
Na coletiva, as autoridades também afirmaram que novas prisões podem acontecer há qualquer momento. Pelado e Oseney estão presos por determinação judicial. A prisão temporária do segundo foi decretada na tarde desta quarta-feira, por determinação da juíza Jacinta Silva dos Santos, titular da Comarca de Atalaia do Norte, município do interior do Amazonas. O prazo de 30 dias da prisão temporária, prorrogável por mais 30, passa a valer a partir da data do cumprimento do mandado de prisão expedido pela Comarca. Oseney foi preso pela Polícia Federal (PF) na noite da terça-feira, 14. Com ele, de acordo com a PF, foram encontrados alguns cartuchos de arma de fogo e um remo. Dos Santos é irmão de Pelado.
Matéria: Jovem Pan
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