O presidente da Rússia, Vladimir Putin, prometeu que não cederá em suas exigências sobre a Ucrânia, apesar da série de sanções anunciadas por países ocidentais após reconhecer regiões separatistas no leste ucraniano.
"Os interesses e a segurança de nossos cidadãos não são negociáveis para nós", declarou o líder russo.
O presidente fez um breve discurso exibido na televisão por ocasião do Dia do Defensor da Pátria, nesta quarta-feira (23), no qual afirmou que está "aberto a um diálogo direto" com os países ocidentais, mas sempre exigindo que a Ucrânia nunca seja admitida como Estado-membro da Otan.
O medo de uma escalada militar às portas da União Europeia (UE) é cada vez maior desde que Putin reconheceu, na segunda-feira (21), a independência de dois territórios separatistas na Ucrânia e o Parlamento russo aprovou em seguida os acordos sobre a declaração, que incluem diversos compromissos com os rebeldes ucranianos pró-Rússia.
O texto prevê o envio de uma força de "manutenção da paz" aos territórios que integram a Ucrânia, o que autoriza uma possível operação militar.
Embora Putin não tenha revelado detalhes sobre seus planos, nem uma data sobre o possível envio de tropas, uma intervenção russa já tem o caminho legal preparado.
Nesta terça-feira (22), países ocidentais aprovaram as primeiras sanções após o reconhecimento da independência dos separatistas. A medida mais contundente foi a decisão da Alemanha de suspender a autorização do gigantesco gasoduto Nord Stream II, que transportará gás russo ao país europeu.
O governo dos Estados Unidos reagiu com uma "primeira série" de sanções que pretendem impedir que Moscou obtenha fundos ocidentais para pagar sua dívida.
União Europeia, Japão, Austrália, Canadá e Reino Unido também divulgaram sanções. As medidas punitivas são direcionadas principalmente contra bancos russos e alguns deputados. No momento, as sanções são cautelosas e menores que as anunciadas em caso de invasão.
Matéria: R7