O partido União Brasil está apto a participar das eleições de 2022. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tomou a decisão por unanimidade, acompanhando o voto do relator, Edson Fachin. O ministro concluiu que a fusão do DEM com o PSL respeitou todos os procedimentos legais. “Verifico cumpridos integralmente os requisitos objetivos para a fusão do Democratas e do Partido Social Liberal e, assim, para o deferimento do registro do partido político resultante, denominado União Brasil”, declarou Fachin. Após o aval do TSE, alguns integrantes já começaram a se pronunciar, afirmando o afastamento e filiação em outras legendas.
Em outubro o DEM e o PSL já haviam aprovado a fusão das legendas, faltava somente o aval do presidente do TSE. O presidente do PSL, que assume A presidência do União Brasil, Luciano Bivar, comemorou a decisão e disse que a nova legenda nasce da junção de ideias. “Eu tenho certeza que será um marco para a política brasileira esse partido, porque ele já nasce com uma identidade, com um propósito, com um objetivo e isso é extremamente significativo para o eleitor brasileiro e para saber em que caminhos nós estaremos”, disse.
O União Brasil tem agora um prazo de 30 dias para apresentar o cancelamento das contas bancárias individuais, enquanto ainda era DEM e PSL, e 90 dias para cancelar os CNPJs individuais. Fachin também definiu que os votos do DEM e do PSL obtidos nas últimas eleições para a Câmara dos Deputados devem ser somados para que o União Brasil tenha acesso ao tempo gratuito de rádio e TV, além de recursos do fundo eleitoral. A expectativa é que o partido tenha cerca de R$ 800 milhões em recursos para a campanha. Para as eleições, o partido busca ainda atrair Sergio Moro. Hoje, o ex-juiz e pré-candidato à presidência da República está filiado ao Podemos.
O União Brasil já nasce como a maior legenda do Congresso Nacional, 81 deputados federais e sete senadores. Mas a expectativa é que isso mude, porque entre 20 e 30 parlamentares já sinalizaram que, em março, vão deixar o partido no período de janela partidária. Após a confirmação da criação da nova legenda, teve início a debandada. O deputado Bibo Nunes, do PSL, foi o primeiro a deixar o União Brasil. Ele publicou uma foto assinando a ficha de filiação no PL, ao lado do presidente da sigla, Valdemar Costa Neto. Bibo Nunes disse que decidiu sair do partido porque avalia que a nova legenda surgiu somente para se opor ao governo Bolsonaro. “Eu estava com o presidente Valdemar quando saiu notícia da homologação do União Brasil e eu, imediatamente, disse que já me filiaria então no PL, que é o partido do presidente Bolsonaro, e que eu seguiria com o presidente”, pontou.
O deputado Júnior Amaral, também PSL, não vai seguir no União Brasil. Após a oficialização do novo partido, ele confirmou a ida também ao PL. “Naturalmente, para esse grupo do presidente Bolsonaro, a gente não vê esse espaço, não vê motivo algum de ficar no partido, nesse novo partido que está sendo criado. Apesar de alguns insistirem na motivação acerca do fundo partidário, do fundo eleitoral, que esse partido agora vai ser o mais rico da Câmara, não vejo que esse seja o fator preponderante, tendo em vista que a gente precisa ser fiel aos valores que elegeram a gente em 2018, que povo brasileiro tem acompanhado de perto”, comentou.
Informações: Iasmin Costa
Matéria: Jovem Pan
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil