A chegada da Operação Formosa da Marinha do Brasil à capital federal neste ano coincide com a discussão na Câmara dos Deputados do voto impresso, que deve ocorrer nesta terça-feira (10), conforme sinalização do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A data exata da discussão deve ser fechada nesta segunda (9) no almoço de líderes.
Realizada desde 1988, a Operação Formosa é um grande treinamento de guerra da Marinha do Brasil, e acontece no município de Formosa (GO), a 70 quilômetros de Brasília, pelas amplas dimensões do campo de treinamento no Planalto Central. A operação deste ano terá a inédita participação do Exército e da Aeronáutica, e não apenas de Fuzileiros Navais.
O evento de demonstração da operação a autoridades, a chamada "Demonstração Operativa" irá acontecer em uma semana, na segunda-feira (16) e parte do comboio com blindados, armamentos e outros meios da Força irá nesta terça-feira (10) ao Palácio do Planalto entregar em mãos os convites da demonstração ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e ao ministro da Defesa, Braga Netto.
A entrega pessoal e com uso de parte do comboio está sendo vista como uma tentativa de demonstração de força do presidente após uma semana conturbada de ataques ao Judiciário em função da discussão do voto impresso.
De acordo com a Marinha do Brasil, o objetivo da Operação Formosa é "assegurar o preparo do Corpo de Fuzileiros Navais como força estratégica, de pronto emprego e de caráter anfíbio e expedicionário, conforme previsto na Estratégia Nacional de Defesa".
Este ano, ainda de acordo com a Marinha, a Operação Formosa envolverá mais de 2.500 militares, da Marinha, do Exército e da Força Aérea, que simularão uma operação anfíbia, considerada a mais complexa das ações militares, empregando mais de 150 diferentes meios, entre aeronaves, carros de combate, veículos blindados e anfíbios, de artilharia e lançadores de mísseis e foguetes. Foram transportadas 1.500 toneladas de equipamentos do Rio de Janeiro para Brasília, num deslocamento de mais de 1.400 km.
Questionada, a Marinha não respondeu se a entrega do convite ao presidente Bolsonaro irá acontecer neste ano da mesma forma do que nos anos anteriores.
Matéria:R7