Em coletiva realizada nesta sexta-feira (28), o procurador geral da República Eduardo El Hage afirmou que o esquema de corrupção na Saúde do Estado do Rio é semelhante ao utilizado pelo ex-governador Sérgio Cabral condenado a mais de 294 anos de prisão. “Nos vimos num túnel do tempo”, disse El Hage.
De acordo com o procurador, a operação Tris in Idem, deflagrada hoje, é um desdobramento das operações Favorito e Placebo. As investigações apontam que o esquema de corrupção fazia uso de organizações sociais para pagamento de propina e envolvia a utilização de escritórios de advocacia, uso de transportadora de valores e contava até com doleiros no Uruguai.
“O esquema de lavagem de dinheiro era muito semelhante ao utilizado pelo governo Cabral”, afirmou.
Entretanto, o esquema foi contestado pelo governador afastado, que disse em pronunciamento nesta manhã que não pode ser comparado com Cabral, já que diz não ter cometido nenhum ato ilícito. "Qual foi o 5% que pedi? Qual foi a taxa de oxigênio que pedi?"
Os investigadores identificaram uma série de e-mails suspeitos entre o escritório da primeira dama, Helena Witzel, e alguns citados em delação premiada do ex-secretário de saúde, Edmar Santos. Entre eles, havia contratos firmados com Mário Peixoto e serviços pagos, mas que nunca existiram.
A investigação levantou ainda que quatro empresas, sendo três de Mário Peixoto, fizeram pagamentos ao escritório de Helena Witzel. Ela também teria firmado contratos de fachada com consultor financeiro do governador, Gotardo Lopes Neto.
Matéria:R7