MPF denuncia Glenn Greenwald e mais seis por invasões de celulares
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Publicado em 21/01/2020

 

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta terça-feira (21) sete pessoas no âmbito da operação Spoofing, que investiga crimes relacionados à invasão de celulares de autoridades brasileiras: procuradores da força-tarefa da operação Lava-Jato e do então juiz federal Sérgio Moro.

São apontadas a prática de organização criminosa, lavagem de dinheiro, bem como as interceptações telefônicas. Foram denunciados, ao todo, sete pessoas, entre elas o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil.

Além de Glenn, foram denunciados Walter Delgatti Netto, Thiago Eliezer Martins Santos, Luiz Henrique Molição, Gustavo Henrique Elias Santos, Danilo Marques e Suélen Oliveira. O procurador da República Wellington Divino de Oliveira pede a instauração de um processo-crime e a citação dos denunciados para que apresentem defesa.

Segue, abaixo, o papel  de cada um dos denunciados, de acordo com a denúncia.

Walter Delgatti Neto: executor, mentor e líder dos crimes bancários e das invasões aos dispositivos informáticos;
Thiago Eliezer Martins Santos: programador, mentor e líder dos crimes bancários e das invasões aos dispositivos informáticos;
Gustavo Henrique Elias Santos: programador, responsável por diversas fraudes bancárias e atuava prestando auxílio nas condutas das invasões aos dipositivos informáticos;
Luiz Henrique Molição: realizou invasões aos dispositivos informáticos e atuava prestando auxílio nas condutas perpetradas por Walter bem como atuou como porta voz do grupo;
Suelen Priscila de Oliveira: atuava como laranja e buscava terceiros para participarem das fraudes e furtos bancários com o objetivo de realizar a lavagem de dinheiro;
Danilo Cristiano Marques: era testa-de-ferro de Walter possibilitando o
usufruto dos meios materiais para a realização dos mais diversos crimes cibernéticos. Também atuava como laranja de Walter.

A organização, composta pelos outros seis, cometia crimes cibernéticos em três frentes:

1) fraudes bancárias e furtos utilizando Phishing, engenharia social, clonagem de cartões de crédito e key loggers;
2) invasão de dispositivos, com violação indevida de sistemas de segurança e monitoramento, em tempo real, de dados sem autorização judicial;
3) lavagem de dinheiro.

Para o MPF, ficou comprovado que Greenwald auxiliou, incentivou e orientou o grupo durante o período das invasões. Apesar da denúncia, o jornalista não era inicialmente investigado.

Danilo e Gustavo, por sua vez, "tiveram atuações assessórias, porém, essenciais, para que Walter, Luiz e Thiago "obtivessem sucesso na empreitada criminosa de invadir dispositivos informáticos para obtenção de mensagens privadas".

Luiz Molição tinha por missão inicial, segundo o documento, realizar a análise dos dados e materiais jurídicos obtidos por Walter e, posteriormente, auxiliar nas comunicações do grupo com Greenwald.

O documento relata, também, que os denunciados "utilizavam técnicas simples" para superar as barreiras de segurança impostas pelos usuários, pelos desenvolvedores e pelas operadoras de telefonia móvel.

Matéria:R7

 

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