PF cumpre mandado de busca em endereços ligados a Aécio Neves
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Publicado em 11/12/2018

A PF (Polícia Federal) iniciou uma operação, nesta terça-feira (11), para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Aécio Neves (PSDB-MG). Batizada de Ross, a ação é um desdobramento da Lava Jato, particularmente a Patmos, de maio de 2017.

Além de Aécio, também é alvo da operação o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP).

Também foram citados nas investigações os senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Agripino Maia (DEM-RN) e os deputados federais Benito da Gama (PTB-BA) e Cristiane Brasil (PTB). Porém, não há a confirmação de que há mandados de busca e apreensão contra eles.

Eles são investigados os crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação criminosa, de acordo com a PF.

Ao todo, os agentes cumprem 24 mandados e 48 intimações para oitivas, autorizados pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Os endereços estão localizados em oito Estados — Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Amapá — e no Distrito Federal. Duzentos policiais federais estão nas ruas.

As investigações da PF apontam que as vantagens indevidas teriam sido solicitadas a um grande grupo empresarial de frigoríficos, incluindo valores pagos durante a campanha presidencial de 2014. O esquema teria funcionado de 2014 a 2017. 

O dinheiro, que ultrapassa R$ 100 milhões, teria sido usado para obtenção de apoio político. Segundo a PF, "suspeita-se que os valores eram recebidos através da simulação de serviços que não eram efetivamente prestados e para os quais eram emitidas notas fiscais frias".

As informações que culminaram na operação de hoje têm por base as delações premiadas do empresário Joesley Batista e do ex-executivo Ricardo Saud, ambos do grupo J&F. O repasse de propinas a Aécio Neves seria da ordem de R$ 110 milhões.

A defesa de Aécio afirma que ele sempre esteve a disposição da Justiça e que fatos precisam ser esclarecidos. 

"O Senador Aécio Neves sempre esteve à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários que mostrarão a absoluta correção de todos os seus atos. É preciso que se esclareça que os recursos referidos pelos delatores da JBS agora como propina são as contribuições eleitorais feitas à campanha do PSDB em 2014 e devidamente registradas na Justiça Eleitoral. Somam-se a esses valores contribuições legais feitas a outros partidos políticos. A medida é, portanto, desnecessária já que o Senador é o maior interessado no esclarecimento de todos os fatos".

A assessoria de imprensa de Anastasia afirma que "o senador Antonio Anastasia desconhece totalmente o motivo pelo qual teve seu nome envolvido nessa história. Em toda sua trajetória, ele nunca tratou de qualquer assunto ilícito com ninguém".

Fonte: R7

 

 

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