Ao justificar prisão de Pezão, Dodge diz que esquema criminoso no Rio de Janeiro 'não cessou'
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Publicado em 29/11/2018

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta quinta-feira (29) que havia "infrações criminosas muito graves" ocorrendo no Rio de Janeiro ao justificar a prisão do governador do estado, Luiz Fernando Pezão (MDB).

 

Pezão foi preso na manhã desta quinta no Palácio Laranjeiras. Além do governador, outras oito pessoas foram presas na operação batizada de Boca de Lobo. De acordo com o Ministério Público Federal, há registros documentais do pagamento em espécie a Pezão de mais de R$ 39 milhões no período 2007 e 2015.

 

Dodge explicou que embora as investigações sejam realizadas há algum tempo, as prisões foram necessárias porque crimes como o de organização criminosa e lavagem de dinheiro ainda estão em curso.

 

"Um dos crimes em curso é o de organização criminosa, continua atuando e especialmente à lavagem de dinheiro. A lavagem é o crime que se pratica após a corrupção e que consiste em ocultar onde o dinheiro está. Pelas informações, continua a ser feito", disse a procuradora.

 

A procuradora-geral da República afirmou que o crime de lavagem de dinheiro é "igualmente grave" porque, "se o dinheiro desviado pela corrupção continua na posse de quem desviou, o patrimônio publico terá dificuldade em ser recomposto".

 

Dodge ressaltou que "o esquema criminoso" que atua no Rio de Janeiro se instalou "em diversas unidades públicas do estado". Ela disse ainda que "muitos já estão condenados e presos, mas percebeu-se que este esquema criminoso ainda não cessou".

 

"E é por essa razão, os infratores ainda praticarem esse crime, que chegou-se a necessidade de requerer prisão preventiva para a garantida da ordem pública", disse a PGR.

 

Segundo a investigação, os valores que teriam sido recebidos por Pezão são “incompatíveis com a renda declarada dele” e “seguem ocultos”. Por isso, a prisão preventiva do governador foi decretada.

 

O Ministério Público afirma que esses recursos teriam origem em duas fontes principais: a mesada paga pelo delator Carlos Miranda e contratos de serviços públicos com o governo estadual, principalmente na área de transporte.

Matéria: G1

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