Desde que foi afastado do cargo de presidente da Câmara, em 5 de maio, Eduardo Cunha manteve-se longe dos holofotes e agora, em sua primeira entrevista à imprensa, revelou que Dilma teria oferecido ajuda para ele enfrentar o Supremo Tribunal Federal (STF).
À ‘Folha de S. Paulo’ deste domingo (15), Cunha afirmou que Dilma teria dito que tinha cinco ministros do Supremo que poderiam ajudá-lo.
“A presidente, no dia em que estive com ela, em 1º setembro, fui para uma audiência que ela convocou para falar de medidas e sei lá o quê. Ela disse que tinha cinco ministros para poder me ajudar… Ela não disse os nomes nem ajudar no quê. Eu simplesmente ignorei”, disse Cunha à ‘Folha de S. Paulo’.
Cunha ainda afirmou ao jornal que não se considera o capitão do golpe, como é chamado pela presidente. Segundo ele, a decisão de aceitar o pedido de impeachment foi técnica.
“Eu tive 53 pedidos de impeachment… Dos 53, eu rejeitei 41, aprovei 1 e ainda deixei 12 que não foram decididos. Se eu fosse capitão do golpe já teria tido impeachment muito tempo atrás. Eu rejeitei o conceito de que o mandato anterior contaminava o atual. Não entrei no mérito da corrupção. Ela promoveu despesas sem autorização do Poder Legislativo. Foi técnico”, afirmou Cunha à ‘Folha de S. Paulo’.
Acusações
Eduardo Cunha enfrenta uma série de acusações investigadas pela Operação Lava Jato. Embora negue todas as acusações, a procuradoria geral da república (PGR) comprovou que Cunha possui algumas contas bancárias na Suíça.
O peemedebista é suspeito de participar do esquema de corrupção da Petrobras e em diversas delações da Operação Lava Jato teve seu nome citado por presos.