A Ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, não tem previsão para ser reaberta aos pedestres e ciclistas. Na quinta-feira (21), um trecho de 26 metros da ciclovia desabou e deixou duas pessoas mortas — Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, e Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos.
Os bombeiros fizeram buscas por possíveis outras vítimas por 48 horas, mas a área continua sendo monitorada. Desde domingo (24), a corporação diminuiu o efetivo para duas equipes: uma no Posto 13 e outra em frente ao acidente, no Morro do Vidigal. Além disso, um carro da corporação faz rondas na praia de São Conrado. As buscas no mar foram suspensas.
O comandante das Atividades de Salvamento Marítimo, coronel Marcelo Pinheiro, orienta a população para que, em caso de falta de qualquer pessoa possível vítima do acidente, acione imediatamente o Corpo de Bombeiros.
"A operação do Corpo de Bombeiros hoje está funcionando da seguinte forma: dois postos de observação e informação. Um no Posto 13, em São Conrado, e outro no Vidigal, próximo à passarela. O objetivo desses postos é manter contato com a população no local, colher informações, ter esse contato mais de perto com a população e dar mais informação para a imprensa e familiares caso a gente tenha novidades ou informações sobre o evento. Os recursos utilizados na quinta, sexta e sábado eles continuam disponíveis para operação, porém são os mesmos utilizados na operação padrão, no uso ordinário na nossa orla. Então, além desses postos de observação, continua à disposição aeronaves, o jet-ski, a lancha e todo o efetivo do Gmar, principalmente na orla, caso seja necessário", explicou o major Henault, um dos coordenadores da operação.
O major explicou que os bombeiros trabalharam com as 48 horas sem informação, sem nenhuma solicitação a respeito de novas vítimas.
"Não foi confirmada essa terceira vítima. Então, em 48 horas não entrou mais informação nenhuma a cerca desta terceira vítima. Ninguém reclamou desaparecimento, então a estratégia hoje é essa, observar, colher informação e os recursos que estão hoje na praia, se for necessário, esporadicamente eles estão fazendo o sobrevoo, a busca pela orla, mas de forma mais abrangente".
Número de vítimas é incerto
O delegado José Alberto Pires, responsável pela investigação da queda, assistiu neste sábado (23) a imagens da câmera de segurança de um ônibus que passava pelo local do acidente.
Um dos momentos mais fortes do vídeo é quando ao menos duas pessoas são cobertas por uma onda. Após ver as imagens exibidas pelo RJTV, ele afirmou não ter certeza sobre a quantidade de pedestres ou ciclistas atingidos pela água na quinta-feira (21). Ele fez um apelo para que as pessoas procurem a polícia e os bombeiros em caso de possíveis vítimas do desabamento.
Nas imagens, é possível ver que passageiros também se assustaram com as fortes ondas e se abaixam para buscar proteção. A ciclovia aparece do lado direito e uma onda invade a pista e é nesse momento que o ônibus para. Um pouco adiante, há quatro pessoas na ciclovia. O motorista segue viagem e uma onda mais forte destrói a ciclovia. Na pista é possível ver uma pessoa parada e dois ciclistas pedalando. Mais à frente, do lado esquerdo duas pessoas seguem no sentido contrário. Às 11h13, elas são cobertas pela água.
A Polícia Civil do Rio abriu inquérito por homicídio culposo (sem intenção de matar) e já fe do acidente. Na próxima semana, serão convocados para prestar depoimento os responsáveis pelo projeto, execução da obra e também fiscalização. O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-RJ) também abriu investigação para apurar as responsabilidades dos engenheiros na obra.
Fonte: G1