MP apresenta denúncia contra 7 políticos do PP na Lava Jato
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Publicado em 31/03/2016

No dia em que o Partido Progressista (PP) foi alvo de uma das mais explícitas barganhas políticas para não deixar a base aliada do governo Dilma Rousseff, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra cinco deputados federais e dois ex-parlamentares e caciques da legenda. As suspeitas contra todos envolvem o esquema de corrupção instalado da Petrobras.

Foram denunciados o ex-deputado João Pizzolatti (SC), o ex-deputado e ex-ministro das Cidades do governo Dilma, Mario Negromonte (BA), e os atuais parlamentares Luiz Fernando Faria (MG), José Otávio Germano (RS), Roberto Pereira de Britto (BA) e Arthur Lira (AL), todos pelos crimes de corrupção passiva e ocultação de bens. Além desses dois crimes, Mario Negromonte Júnior (BA) também foi denunciado por embaraço à investigação.

O delator da Lava Jato Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, afirmou em depoimento que o ex-deputado Mario Negromonte perdeu o cargo de ministro das Cidades no primeiro governo da presidente Dilma Rousseff porque estaria "roubando apenas para ele próprio". Ceará foi descrito pela força-tarefa do petrolão como um dos responsáveis por distribuir propina a políticos a mando do doleiro Alberto Youssef. Ele afirmou à força-tarefa da Lava Jato que Youssef classificava Negromonte como o "mais achacador" dos políticos envolvidos no esquema. Segundo relato do delator, Negromonte teria recebido 5 milhões de reais em propina durante a campanha eleitoral de 2010.

Entre os destinatários que receberam propina das mãos de Ceará, segundo o próprio delator, estão os ex-deputados federais João Pizzolatti, Pedro Correa (ex-PP-PE) e Luiz Argôlo (ex-PP-BA), todos investigados ou já condenados no escândalo do petrolão.

O nome de Negromonte Junior, por sua vez, apareceu depois de o ex-deputado federal Luiz Argôlo ter afirmado a seus defensores que recebeu ameaças do congressista por meio do ex-assessor Aricarlos Nascimento. Nascimento trabalhou nas campanhas políticas de Argôlo e teria repassado o recado de que o ex-parlamentar deveria ficar "pianinho" porque, depois do petrolão, receberia apoio para voltar à vida pública. Segundo o relato do advogado de Luiz Argôlo, Sidney Peixoto, ao site de VEJA, se o ex-deputado aceitasse um acordo de delação contra ao PP, a família e sua própria vida estariam em risco. "Ele disse 'o caminho de delator sabe qual é'. O caminho era a morte e às vezes poderia acontecer algo com a família dele", afirmou o advogado.

Os demais deputados federais denunciados hoje também são suspeitos de receber propina do esquema do petrolão.

Fonte: Veja

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