O governo da Ucrânia exigiu neste domingo (13) uma reunião nas próximas 48 horas com a Rússia e todos os países participantes do Documento de Viena da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), depois que Moscou ignorou o ultimato para responder em detalhes sobre suas atividades militares perto da fronteira com a Ucrânia.
"A Rússia não respondeu ao nosso pedido sob o Documento de Viena" sobre medidas destinadas a fomentar a confiança e segurança, apresentadas pela Ucrânia na sexta-feira passada, pelo que tinha até hoje, disse o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, em sua conta oficial no Twitter.
"Exigimos uma reunião com a Rússia e todos os Estados participantes no prazo de 48 horas para discutir o reforço e a redistribuição ao longo de nossa fronteira e da Crimeia temporariamente ocupada", afirmou.
Kuleba enfatizou que a Rússia deve honrar seus compromissos com a transparência militar para diminuir as tensões e melhorar a segurança para todos se quiser falar seriamente sobre segurança indivisível no espaço da OSCE.
A Ucrânia apelou na sexta-feira (11) ao Documento de Viena e exigiu que a Rússia forneça explicações detalhadas sobre as atividades militares perto da fronteira ucraniana, onde concentrou mais de 100 mil soldados, além de armamentos pesados.
A Rússia e Belarus também realizaram 20 manobras conjuntas em território bielorrusso, a poucos quilômetros de Kiev, até o próximo dia 20. Na última quinta-feira (10), os russos também iniciaram manobras navais no Mar Negro.
O Documento de Viena de 2011 sobre Medidas de Fortalecimento da Confiança e da Segurança é obrigatório e tem que ser cumprido por todos os membros da OSCE.
O chefe da diplomacia ucraniana lembrou que, segundo este documento, a Rússia "deve informar sobre as áreas exatas de sua atividade militar, anunciar as datas do fim das manobras" e outros dados como o número de unidades militares participantes, o tipo de armas e do equipamento militar utilizado.
As tensões entre Kiev e Moscou aumentaram desde novembro do ano passado, depois que a Rússia estacionou mais de 100 mil soldados perto da fronteira ucraniana, lançando sinais de alerta na Ucrânia e no Ocidente, que denunciaram os preparativos para uma invasão.
Em dezembro, a Rússia exigiu garantias de segurança obrigatórias dos EUA e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para impedir que a Aliança Atlântica se expandisse para o leste e implantasse armas ofensivas perto de suas fronteiras.
Moscou também escreveu recentemente uma carta a todos os países membros da OSCE pedindo que se posicionassem sobre o que entendem por segurança indivisível na Europa. Apesar de todos os esforços diplomáticos, uma desescalada não foi alcançada até agora.
Informações: Agência EFP
Matéria: R7
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